domingo, 17 de junho de 2012

BB: um banco público comprometido com os brasileiros?

Por Arcangela, Os funcionários do BB não têm dúvida de que trabalham em uma grande empresa, com uma estrutura sólida e que construiu, ao longo de duzentos anos, uma história de credibilidade e sucesso. Basta acessar o site www.bb.com.br - Relações com Investidores - Conheça o BB e verificar que os números são grandes, mas será que essa evolução da instituição deve caminhar apenas na direção da especulação em detrimento do investimento produtivo? A missão do BB mudou e a nova missão tem o seguinte texto: “Ser um banco competitivo e rentável, promover o desenvolvimento sustentável do Brasil e cumprir sua função pública com eficiência”. A nova missão tem a cara do BB 2.0, a reestruturação que desfigurou o banco, pois o seu modelo de desenvolvimento é baseado na segmentação de mercado, na competitividade desenfreada com metas abusivas e no desrespeito aos direitos dos trabalhadores. O banco desrespeita também seus clientes, “expulsando” de suas agências grande parte da população brasileira, pois sua estratégia é jogar para os correspondentes bancários a expressiva parcela da população com rendimentos abaixo de R$1.000,00. O segmento com renda entre R$1.000,00 e R$4.000,00 é atendido no segmento PF Varejo (Carteirão). Acima disso, o cliente conta com gerente personalizado, mas é incentivado a utilizar a internet ou o autoatendimento. Mas menina dos olhos do BB são os clientes Estilo, com a publicidade especialmente criada para este segmento. O banco fez a opção pelos mais ricos e não tem exercido o seu papel de banco público como a Caixa tem feito, sendo um instrumento de justiça social. Infelizmente, o banco fez a opção pela especulação, pela precarização do serviço à população mais baixa que é empurrada para o correspondente bancário. Em relação aos funcionários, o BB implantou a gestão do medo, da competitividade desenfreada, ainda expõe rankings nas agências numa política de exploração de seus funcionários, apesar da cláusula 35ª do acordo 2011/2012 firmado com os bancários. O BB anunciou um lucro recorde, mas o diretor de Relação com os Funcionários e Entidades Patrocinadas afirma que “não existem sobras no lucro do Banco e qualquer benefício significa aumento no dispêndio da Empresa”. O funcionalismo não quer sobras, quer o reconhecimento do seu trabalho, com reajustes dignos e PLR justa. Um estudo do DIEESE demonstra que o banco paga seus funcionários apenas com parte da receita de tarifas. Estranhamente, há dinheiro para o aumento do salário dos diretores e com certeza um bônus significativo se conseguir fechar o acordo com funcionários abaixo do que merecem. É sempre bom lembrar que o crescimento do lucro dos bancos sempre gira em torno de 20 a 25% e, no caso do BB, o lucro do primeiro semestre de 2011 foi de 40%. No mesmo boletim, o diretor cita os ganhos do funcionalismo no período de 2003 a 2010, o mesmo banco que nunca aceitou discutir as perdas no passado. Pois bem, falar do presente e do futuro sempre interessa aos funcionários, mas de forma respeitosa, estabelecendo negociação, praticando o “fortalecimento do diálogo”. Durante a greve, outras conquistas foram citadas no boletim BB como o abono assiduidade, acesso dos funcionários pós-1998 ao PAS, melhoria na PLR, criação do VCP-LER, plano odontológico (ainda capenga), licença maternidade de 180 dias, PCR, ampliação do quadro de pessoal, substituição dos primeiros gestores, mas esqueceu-se de mencionar que estas melhorias foram conquistadas com intensa mobilização dos funcionários (greve). Sem negociação, o funcionalismo é empurrado para greve. E fazer greve não é fácil, o desgaste é grande com noites mal dormidas e muito estresse, exige muita coragem. A exposição é grande, desconfortável, mas necessária e como não tem outro jeito, o instrumento de luta é sempre utilizado. A mudança na missão reflete uma alteração no comportamento da empresa que, agora, aposta na competitividade desenfreada que pode dar margem ao arrefecimento da ética. A história recente mostra que empresas movidas a competitividade extrema podem ir do estrelato ao fundo do poço, como aconteceu com empresa americana de energia ENRON, que começou o ano de 2001 como gigante do setor com faturamento de US$100,8 bilhões. Apostava no assédio moral, no ranking interno e na avaliação feita pelos próprios colegas. A princípio, as estratégias favoreceram a produtividade, depois ficou constatado que o sistema impulsionava mesmo eram fraudes para garantir uma boa posição interna. No final de 2001, fraudes que somavam US$13 bilhões engoliram a empresa (SUPERINTERESSANTE - edição nº 291, maio/2011). Roberto Heloani, psicólogo social e professor de gestão da FGV e da UNICAMP, afirma que “algumas companhias contratam pessoas tão agressivas e ambiciosas que acabam deixando para trás questões importantes do mundo da moral”. Já conhecemos algumas. O assédio moral é destrutivo, mas o “autoassédio” é pior, pois na ânsia de produzir resultados que mantenha o comissionamento, o funcionário acaba burlando valores que são importantes para ele, gerando assim o estresse (administrável no começo), depois a perda da autoestima se a pressão é intensa e por fim o adoecimento. E quando ele adoece é descomissionado, caso ultrapasse o prazo. Vale lembrar que o BB sinalizou, na negociação de 2011, a intenção de não renovar a trava para descomissionamento após três avaliações negativas. Como justificativa argumentou que alguns funcionários comissionados não respondiam à expectativa. Isso mostra que é o momento de criar mecanismos mais eficazes de seleção interna. Voltar com o instrumento da substituição, período de treinamento e avaliação do desempenho durante períodos curtos, mas suficientes para observação de competência e habilidades para gerenciar carteira e equipes. A lateralidade é mais uma forma de exploração. O funcionário assume o ônus, mas não o bônus. Estamos aguardando as negociações sobre o PCR e substituição, nas mesa temáticas. Só para lembrar, a antiga missão era: "ser a solução em serviços e intermediação financeira, atender às expectativas de clientes e acionistas, fortalecer o compromisso entre os funcionários e a empresa e contribuir para o desenvolvimento sustentável do país". A empresa precisa recuperar o compromisso com os funcionários que cumprem o seu papel, o crescimento do banco é a prova disso. Arcângela Salles é funcionária do BB e diretora do SINTRAF Zona da Mata e Sul de Minas

Compromisso com os trabalhadores e a sociedade

Ao ampliarmos nossa atuação em todos os setores da sociedade organizada, o Sintraf JF convocou na última semana assembleia para escolha de delegados em todas as esferas dos Congressos da CUT (Regional Zona da Mata, Estadual e Nacional) e na Fetraf/MG. Nestas assembléias, os bancários e bancárias foram unânimes em afirmar a necessidade de ampliarmos nossas representações nas diversas instâncias sindicais, políticas e sociais. Um dos presentes afirmou em sua fala que “o Sintraf JF precisa continuar fazendo um bom trabalho em defesa dos direitos dos bancários e bancárias, e também mostrar a sociedade que temos condições de oferecer nomes para representa-los nos poderes Executivo e Legislativo, além das instancias superiores as quais estamos filiados”. Desta forma, os companheiros e companheiras decidiram que apresentaríamos o nome do diretor de Bancos Públicos e funcionário do BB Watoira Oliveira para concorrer ao cargo de Presidente da CUT Regional, bem como Rogério Rossignoli, Tereza Cristina e Carlos Alberto de Paula (Paulista) para a composição da direção na gestão 2012/2015. Nesta mesma assembleia foi aclamado o nome do Secretário Geral do Sintraf JF e funcionário do Itaú Carlos Alberto de Freitas (Nunes) para compor a Diretoria Executiva da CUT/MG. Os diretores João Calegari (HSBC), Geraldo Estreng (Itaú) e Arcângela Salles (BB) foram também aclamados para comporem a nova diretoria da Fetraf/MG. Outra importante decisão foi a consolidação por parte da categoria em apoiar a candidatura do companheiro Wagner Freitas (Bradesco/SP e ex-presidente da Contraf/CUT) para presidente da CUT Nacional. É a primeira vez que os bancários poderão ocupar o cargo de presidente da Central Única dos Trabalhadores. O Sintraf JF, por meio de sua diretoria, vem buscando a ampliação de sua representação na sociedade organizada e suas entidades. Hoje o Sindicato possui cadeiras em vários Conselhos Municipais de Juiz de Fora, – Saúde, Emprego e Renda, Segurança Alimentar e Merenda Escolar – tudo com intuito de mostrar aos participantes que é possível fazer política social de forma diferente, mais atuante, coerente, responsável, humana e principalmente inclusiva. Pensando assim é que pouco a pouco conseguimos ampliar o número de legisladores nas assembleias pelo país afora e também no congresso nacional. Precisamos neste momento reconhecer o marasmo que vemos nos municípios, e desta forma buscar a mudança desta realidade, elegendo pessoas que possam levar as nossas reivindicações, ou melhor, pessoas que realmente nos representem nos poderes legislativo e executivo. Robson Marques é presidente do Sintraf JF e membro dos Conselhos Municipais de Emprego e Renda e de Saúde

domingo, 9 de outubro de 2011

O quanto é o bastante?

Em uma época em que celebramos relevantes conquistas sociais, causa-nos estranheza constatar que, em alguns setores da nossa sociedade, ainda existem mentalidades alinhadas com os antigos conceitos e regimes.

Comentários que, inicialmente, poderiam passar como um desabafo de um cidadão comum, denotam, na verdade, uma postura elitista; a visão daqueles que se colocam acima e à parte do que consideram “o resto” da sociedade.

A argumentação, que a princípio pressupõe uma preocupação com o bem estar da coletividade, não se sustenta diante de uma leitura mais atenta. À luz da crítica, descortinam-se os preconceitos.

Com o pretensioso título de Antenado, a pequena nota, publicada por Cesar Romero em sua coluna de 04/10/2011, expõe – teoricamente– a “preocupação social” do colunista, que critica os excessos da categoria bancária no exercício de seu legítimo direito de greve. Estes excessos estariam traduzidos na quantidade de cartazes colados nas agências. Na frase que encerra sua nota, o colunista afirma que: “Como aviso, um cartaz é o bastante.” Travestida de preocupação, está a alienação.

Muito distante do universo das colunas sociais, do glamour dos flashes, o trabalhador bancário sofre com excessos muito mais relevantes do que aqueles dos quais, injustamente, foi acusado. Excesso de trabalho, nas agências lotadas de clientes e com poucos funcionários. Excesso de cobranças por metas abusivas, que geram um lucro cada vez mais excessivo para os bancos. Excesso de doenças ocupacionais, de afastamentos por depressão e outras síndromes relacionadas ao estresse. Os clientes, cidadãos comuns, tão distantes também do brilho dos holofotes, sofrem com o excesso de filas, de juros extorsivos, de tarifas escorchantes.

No entanto, a sugestão do Sr. Romero, de que apenas um cartaz bastaria, poderia ter alguma aplicabilidade. Afinal, por mais inútil que uma coisa seja, ela ainda poderá ser de alguma valia. Assim, partindo do pressuposto lançado pelo colunista, questionamos:

Se apenas UM ataque a banco bastaria para que fosse reforçada a segurança nas agências, por que foram contabilizados 838 só no primeiro semestre de 2011?

Se apenas UMA morte nestes ataques bastaria para que TODOS os bancos instalassem portas giratórias em suas unidades, porque foram contabilizadas 34 vítimas fatais nestes ataques, no mesmo período?

Se apenas UMA morte no golpe da saidinha de banco bastaria para que fossem instaladas câmeras de segurança nas calçadas das agências bancárias, por que já foram computadas 21 mortes só no primeiro semestre de 2011?

Se apenas UM suicídio bastaria para que acabassem as pressões por metas abusivas, por que, a cada vinte dias, um trabalhador bancário atenta contra a própria vida em nosso país?

Poderíamos discorrer neste texto sobre inúmeros outros dados estatísticos, que reforçariam ainda mais a propriedade das reivindicações da categoria. E embora consideremos que jamais terá sido dito o bastante, quando o assunto for dar voz aos que não conseguem ser ouvidos, ficaremos por aqui neste artigo. Nos bancos e nas ruas temos trabalho o bastante para nos ocupar. E ainda muitos cartazes para colar.

Robson Marques - Presidente do Sintraf JF
Adriana Bitarello - Diretora de Imprensa e Marketing do Sintraf JF

terça-feira, 26 de julho de 2011

Reforma Tributária, é possível?

Robson Marques*

Todos os dias, logo pela manhã, somos bombardeados por praticamente todos os telejornais das principais emissoras de TV. Os “comentaristas econômicos”, fazem duras críticas aos altos impostos que vêm sendo praticados contra as empresas brasileiras, principalmente, quanto aos encargos salariais. Para ser mais direto, o salário pago hoje aos trabalhadores é considerado muito alto na visão dos patrões.

Bem, num país democrático como o nosso (democracia conquistada à custa de muito sangue), temos o direito de pensar e muito raramente expressamos estes pensamentos na mídia (quando assim permitem). É por este e outro motivo que sou a favor da regulamentação da mídia brasileira, mas não vou falar disso agora. Ao ler uma interessante reportagem sobre como se dá as relações trabalhistas na China de hoje, na Revista Brasil do mês de maio pag. 18-23, intitulada O Mito Chinês, pude observar ali um fato, que deve ser refletido por todos nós brasileiros, conscientes do nosso papel.

Como deveria ser a tão debatida reforma tributária brasileira?

Segundo a revista, aquele país continua sendo o país mais populoso do mundo, onde nos últimos sessenta anos a população economicamente ativa se manteve próxima dos 60% da população total, representando cerca de 830 milhões de trabalhadores, sendo aproximadamente 300 milhões de trabalhadores agrícolas.

Com a migração do interior para as grandes cidades, o povo chinês vem se moldando assim como os trabalhadores dos países capitalistas, onde eles largam a terra onde viviam da subsistência e arriscam sua sorte nas cidades, a fim de melhorar de vida. Esses trabalhadores hoje são um total de 200 milhões.

Com a abertura do mercado interno para os demais países do mundo, várias empresas estrangeiras foram para a China com o simples propósito de explorar a mão de obra abundante e barata, além de desejarem a matéria prima com pouquíssimo valor agregado, logo qualquer um é induzido a acreditar que lá o trabalho é “escravo”. A imprensa marrom e a burguesia brasileira também pensam desta maneira, (salário baixo é o ingrediente do crescimento econômico) e da redução dos produtos acabados.

Confesso que os salários mais baixos podem sim influenciar no preço do produto acabado, mas há outro fator que é de suma importância para a matemática do preço final de cada produto. Como falado anteriormente, a imprensa e as grandes empresas brasileiras estão afoitas pela reforma tributária, mas é preciso ter critérios sociais. Vejamos o exemplo da China, embora lá os salários sejam considerados baixos (hoje em média um trabalhador braçal recebe cerca de U$125.00 – cento e vinte cinco dólares), o poder aquisitivo deste salário é de 03 e 05 vezes maior que o salário mínimo no Brasil, é como se o nosso salário mínimo fosse de R$ 1635,00 a R$ 2725,00 nos dias atuais.

O que de fato acontece lá? Muito simples, os produtos de consumo final essenciais para a sobrevivência, sofrem uma pequena taxa de imposto.

Então chegamos onde eu queria. Pergunto agora para você, trabalhador, qual reforma tributária que o Brasil precisa? Reforma tributária para a redução do PIS e COFINS das grandes empresas, como os “comentaristas econômicos” do PIG (Partido da Imprensa Golpista) tanto falam, onde os únicos beneficiados são os donos do capital?

Não. A reforma tributária que o povo brasileiro deseja e precisa passa pelo aumento dos impostos sobre as grandes empresas e das grandes fortunas, pois, bem sabemos que boa parte dos trabalhadores são empregados das micro, pequenas e médias empresas.

Precisamos mandar um forte recado aos parlamentares que foram eleitos pelo o povo. Taxem os donos do capital e desonerem o trabalhador para que este continue a fazer este Brasil crescer.

O movimento Sindical Cutista defende a reforma onde as mercadorias de consumo sejam desoneradas, para que o custo de vida sofra uma considerável redução e o poder de compra dos trabalhadores aumente, garantindo uma vida com mais qualidade.

Isto para nós está muito claro, o que precisamos não é o que a Imprensa Burguesa tanto defende. Queremos justiça tributária, onde quem tem muito paga para aquele que tem pouco.

Este é o Brasil dos nossos sonhos! Lutaremos para um dia conquistá-lo!

*Robson Marques é presidente do Sintraf JF.

Guerreiras de ontem, hoje e sempre

Guerreiras de ontem, hoje e sempre

Há 154 anos na cidade de nova Iorque, nos Estados Unidos da América 129 operárias lutaram bravamente por ampliação de seus direitos, porém com sua rispidez característica a policia entrou em ação e como resultado todas foram queimadas covardemente dentro de seu local de trabalho. Entre suas reivindicações estavam a redução da carga horária de 14 para 10 horas diárias de trabalho e também o direito à licença-maternidade.
Esta data é mais que comemorativa, representa um marco histórico onde estas bravas mulheres deram uma lição de moral em toda a sociedade, lutaram até perderem suas vidas em defesa de seus direitos, mas fizeram história e não perderam a dignidade e são lembradas até hoje.

O dia 8 de março serve também para refletirmos o quanto ainda é preciso avançar na defesa dos direitos das mulheres, já que muitas ainda são mortas graças ao machismo impregnado na maioria da sociedade.

Recentemente foi sancionada pelo ex-presidente Lula uma lei conhecida como “Lei Maria da Penha” onde o agressor é punido severamente quanto pratica ação de violência contra a mulher, mas ainda é preciso uma conscientização da sociedade para que o respeito e a valorização do ser mulher seja pleno.

No fim do século dezenove, na Inglaterra, as mulheres ainda eram consideradas “seres” para exercer a função de fêmeas, onde o embelezamento e o cuidado com a família eram suas principais funções, hoje no Brasil temos a primeira mulher assumido o cargo de Presidenta, demonstrando que são capazes e dignas de assumirem posição de destaque aqui e no mundo.

Em nosso local de trabalho ainda se faz necessário muitas batalhas para que as mulheres possam alcançar um lugar de destaque. Nossa ultima campanha salarial onde o tema “Outro banco é preciso com pessoas em primeiro lugar” mandou um recado direto aos “donos do capital” que a Contraf/Cut, Sintraf/JF e seus outros sindicados filiados defendem a questão da inclusão social o respeito as adversidades e a valorização das mulheres em seu local de trabalho.

O caminho pelo reconhecimento, a busca de respeito à sua dignidade pessoal, social e profissional não é e nunca foi fácil, porém é preciso percorrê-lo. E nós do Sintraf-JF estamos dispostos a cumprir este desafio, em benefício de cada uma de vocês: mulheres guerreiras de ontem, hoje e sempre.

sábado, 5 de março de 2011

Olha eu aqui outra vez....


Meus amigos e amigas, há algum tempo não escrevia neste blog. Confesso a vocês que deixei um pouco de lado, não que eu desejasse, mas nos últimos meses assumir alguns compromissos que tomaram um certo tempo. Apesar de não ter publicado nada aqui eu escrevi para outros meios de comunicação. Aos poucos estarei compartilhando com vocês minhas opiniões e meus artigos.

Até breve - Robson Marques

Por que lutar

Por que lutar?
No final de setembro, milhões de pessoas foram as ruas na Europa para protestar contra medidas restritivas impostas pela União Européia, que reduziram direitos trabalhistas e previdenciários. Segundo os sindicatos europeus, a sociedade não pode pagar pelos erros dos banqueiros que causaram a crise de 2008.

No Brasil, as greves e mobilizações eram comuns, sobretudo na primeira parte do século passado. Através delas conquistamos direitos sagrados como salário mínimo, o décimo terceiro, férias remuneradas, previdência social e todos os outros que hoje fazem parte da nossa estrutura legal. Estes “direitos” só foram possíveis por causa de pessoas que dedicaram sua vida pela causa do trabalhador, como o nosso querido Clodsmith Riani.

Atualmente, poucas categorias praticam uma luta nacional e unificada como a categoria bancária. Entregamos nossa pauta de reivindicações em agosto, onde reivindicamos um melhor contrato de trabalho e um sistema financeiro mais justo e regulamentado. Até hoje só foi proposta a reposição da inflação, e por isso entramos em greve.

A maioria das negociações salariais de 2010 garantiu ganho real de até 5%, por isso consideramos que tal proposta é insuficiente. Também reivindicamos a ampliação do horário de funcionamento das agências com a contratação de mais funcionários, a redução dos juros e tarifas através da regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, mais segurança nas agências e o fim do assédio moral sobre os bancários. Nossa greve é consequência da indiferença dos banqueiros. Infelizmente, este é o único instrumento capaz de levá-los novamente a negociação.

A greve dos bancários não é apenas um simples movimento operário reivindicatório. Ela sinaliza para a população que é preciso lutar. Estamos diante de sérias ameaças, como a reforma na previdência, a reforma trabalhista e os constantes ataques aos aposentados. Para enfrentar estes e outros desafios impostos pelos governantes e pelo capital, defendemos que é necessária uma luta coletiva, independente, e a serviço do povo. Como diria Emilliano Zapata: “É melhor morrer de pé, do que viver de joelhos”.

Por Robson Marques

Guerreiras de ontem, hoje e sempre

Guerreiras de ontem, hoje e sempre

Há 154 anos na cidade de nova Iorque, nos Estados Unidos da América 129 operárias lutaram bravamente por ampliação de seus direitos, porém com sua rispidez característica a policia entrou em ação e como resultado todas foram queimadas covardemente dentro de seu local de trabalho. Entre suas reivindicações estavam a redução da carga horária de 14 para 10 horas diárias de trabalho e também o direito à licença-maternidade.
Esta data é mais que comemorativa, representa um marco histórico onde estas bravas mulheres deram uma lição de moral em toda a sociedade, lutaram até perderem suas vidas em defesa de seus direitos, mas fizeram história e não perderam a dignidade e são lembradas até hoje.

O dia 8 de março serve também para refletirmos o quanto ainda é preciso avançar na defesa dos direitos das mulheres, já que muitas ainda são mortas graças ao machismo impregnado na maioria da sociedade.

Recentemente foi sancionada pelo ex-presidente Lula uma lei conhecida como “Lei Maria da Penha” onde o agressor é punido severamente quanto pratica ação de violência contra a mulher, mas ainda é preciso uma conscientização da sociedade para que o respeito e a valorização do ser mulher seja pleno.

No fim do século dezenove, na Inglaterra, as mulheres ainda eram consideradas “seres” para exercer a função de fêmeas, onde o embelezamento e o cuidado com a família eram suas principais funções, hoje no Brasil temos a primeira mulher assumido o cargo de Presidenta, demonstrando que são capazes e dignas de assumirem posição de destaque aqui e no mundo.

Em nosso local de trabalho ainda se faz necessário muitas batalhas para que as mulheres possam alcançar um lugar de destaque. Nossa ultima campanha salarial onde o tema “Outro banco é preciso com pessoas em primeiro lugar” mandou um recado direto aos “donos do capital” que a Contraf/Cut, Sintraf/JF e seus outros sindicados filiados defendem a questão da inclusão social o respeito as adversidades e a valorização das mulheres em seu local de trabalho.

O caminho pelo reconhecimento, a busca de respeito à sua dignidade pessoal, social e profissional não é e nunca foi fácil, porém é preciso percorrê-lo. E nós do Sintraf-JF estamos dispostos a cumprir este desafio, em benefício de cada uma de vocês: mulheres guerreiras de ontem, hoje e sempre.

Por Robson Marques

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

D, Paulo Adverte contra modelo neoliberal

JORNAL DO BRASIL • BRASIL • 2/3/1995
D. Paulo adverte contra modelo neoliberal


No lançamento da Campanha da Fraternidade, cardeal convoca entidades para pressionarem a favor dos excluídos no Brasil

JOSÉ MARIA MAYRINK
SÃO PAULO _ O cardeal-arcebispo de São Paulo, D. Paulo Evaristo Arns, afirmou que o governo deve resistir à tentação de implantar o modelo neoliberal, para não agravar ainda mais a ´´vergonhosa“ situação dos 32 milhões de brasileiros que, segundo dados oficiais, vivem na indigência. ´´O número de excluídos não vai diminuir enquanto o capital se concentrar nas mãos de poucas pessoas“, advertiu o cardeal, ao falar da exclusão dos marginalizados, tema da Campanha da Fraternidade lançada ontem pela igreja.
Convencido de que o Brasil adotará o neoliberalismo se não houver uma imediata reação da sociedade, D.Paulo disse que as entidades não-governamentais devem fazer pressão para impedir que isso ocorra. ´´Por enquanto, o país não está no caminho certo, mas pode corrigir o rumo“, observou o cardeal, depois de interpretar como uma manifestação da tendência neoliberal ´´o fato de o trabalhador ter de viver com um salário mínimo de R$ 70, enquanto aqueles que têm cargos e influência tiveram aumentos de mais de 100%“.
A correção da rota, segundo D.Paulo, está nas mãos dos governantes. ´´Tenho confiança absoluta nessas pessoas, especialmente nesse homem com quem trabalhei mais de 15 anos em São Paulo e que agora governa o Brasil“, afirmou o cardeal, referindo-se ao presidente Fernando Henrique Cardoso. ´´Espero que, pouco a pouco, o Brasil seja de todos os brasileiros“, acrescentou ele, com a ressalva de que a aplicação da justiça social ´´não depende só do governo, mas também dos responsáveis pela produção e pela comercialização dos bens“.
O cardeal de São Paulo criticou a proposta do ministro José Serra de cobrar impostos de igrejas e instituições religiosas. ´´O ministro do Planejamento não está a par da legislação, pois não sabe que a igreja goza de isenção porque é uma entidade de direito público, como reconheceu Ruy Barbosa“, disse D.Paulo. ´´O ministro está dando um péssimo exemplo, pois com essa sugestão ele lança o povo contra o governo“, acrescentou. ´´igreja é povo, não é parede nem edifício“, argumentou o cardeal para lembrar que o dinheiro do imposto acabaria saindo dos bolsos dos fiéis.
Catador _ Depois de denunciar o agravamento da exclusão social no país, D.Paulo passou a palavra a aposentados, moradores de rua e catadores de papel para eles falarem como se sentem como excluídos. ´´Eu sou excluído porque cato papel nas calçadas e uma parte da sociedade não acha que eu faço um trabalho digno“, queixou-se o pernambucano Evandro Floriano de Oliveira, 33 anos, que mora debaixo de um viaduto. Seu colega José Amaro, presidente da Cooperativa de Papel e Material Reaproveitável, que também vive na rua, mostrou que a situação pode melhorar. ´´Para escapar dos atravessadores, a gente se organizou nessa luta que já reúne mais de 80 pessoas“, informou

terça-feira, 6 de julho de 2010

SERRA criou FAT?????

Como se sabe Serra diz que fez os genéricos e quem fez foi o grande Ministro da Saúde Jamil Haddad, do governo do corajoso presidente Itamar Franco.


Serra diz que fez o programa contra a AIDS e quem fez foi o grande Ministro da Saúde Adib Jatene.


Agora, o amigo navegante Emerson Luis descobriu que o deputado Jorge Uequed, PMDB/RS, é o verdadeiro autor do Fundo de Assistência ao Trabalhador, o FAT.


E não o Serra, como ele espalha por aí.


Os tucanos são assim.


Como não tem idéias próprias, tentam se apropriar das dos outros.


Confira o e-mail:

Olha PH. Site da Câmara dos Deputados mostra a tramitação do projeto que criou o FAT. O autor, no entanto, não é José Serra e sim o então deputado Jorge Uequed. O link está aqui: http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=185613


Observe: Ementa: DISCIPLINA A CONCESSÃO DO SEGURO-DESEMPREGO, NA FORMA QUE ESPECIFICA, E DETERMINA OUTRAS PROVIDENCIAS. _NOVA EMENTA: REGULA O PROGRAMA DO SEGURO-DESEMPREGO, O ABONO SALARIAL, INSTITUI O FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR – FAT, E DA OUTRAS PROVIDENCIAS.


Abraços, Emerson Luis

www.nasretinas.com.br


Veja o que disse sobre essa apropriação indébita o site “Amigos da Dilma”:


Serra faz propaganda enganosa usando o FAT e o Seguro Desemprego!


A campanha de José Serra (PSDB) tem batido na tecla de que foi ele o responsável pela emenda à Constituinte que propiciou a criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e que ele também teria sido o grande responsável pela criação do Seguro Desemprego. “Foi o Serra que criou o maior patrimônio dos trabalhadores brasileiros, o FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador. Ele criou também o Seguro desemprego”, repetiu várias vezes o locutor do programa do PSDB, levado ao ar esta semana na TV.

Ele mesmo também não se cansa de alardear aos quatro cantos. “Fui o autor da emenda à Constituição brasileira que instituiu o que veio a ser o Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT”. “O Fundo, hoje, é o maior do Brasil e é patrimônio dos trabalhadores brasileiros, e financia o BNDES, a expansão das empresas, as grandes obras, os cursos de qualificação profissional, o salário dos pescadores na época do defeso”, diz. “Graças ao FAT, também, tiramos o Seguro Desemprego do papel e demos a ele a amplitude que tem hoje”, repetiu o tucano na Convenção Nacional do PTB.

Mas, a realidade dos fatos não confirma as afirmações de José Serra e nem as de sua campanha. O Seguro Desemprego não teve nada a ver com sua atuação parlamentar. Ele foi criado pelo decreto presidencial nº 2.283 de 27 de fevereiro de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney. O seguro começou a ser pago imediatamente após a assinatura do decreto presidencial. O ex-presidente José Sarney já havia desmentido as declarações do tucano em relação ao Seguro Desemprego. “Não sei de onde ele [Serra] tirou que criou o seguro-desemprego. O seguro foi criado no meu governo. Na época, ele [Serra] era secretário de Economia e Planejamento do governador Franco Montoro”, explicou o senador.

Depois, a Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988, determinou em seu art. 239, que os recursos provenientes da arrecadação das contribuições para o PIS e para o PASEP fossem destinados ao custeio do Programa do Seguro Desemprego, do Abono Salarial e, pelo menos quarenta por cento, ao financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico, esses últimos a cargo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES.

Fomos então pesquisar a data exata da criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) já que Serra diz que foi uma emenda sua que propiciou a criação do fundo. Está lá nos anais da Câmara. O FAT foi criado pelo Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). O projeto diz textualmente: “DISCIPLINA A CONCESSÃO DO SEGURO DESEMPREGO, NA FORMA QUE ESPECIFICA, E DETERMINA OUTRAS PROVIDÊNCIAS. NOVA EMENTA: REGULA O PROGRAMA DO SEGURO DESEMPREGO, O ABONO SALARIAL, INSTITUI O FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR – FAT, E DA OUTRAS PROVIDENCIAS”.

Como José Serra seguia insistindo em afirmar que foi ele o autor da lei que criou o FAT, fizemos então uma extensa pesquisa nos arquivos da Câmara dos Deputados da década de 80 e 90. Lá confirmamos que José Serra não está falando a verdade. Ele apresentou o projeto de lei nº 2.250, de 1989, com o objetivo de criar o Fundo de Amparo ao Trabalhador. Foi apresentado em 1989. Portanto, não foi na Constituinte, como ele diz. O seu projeto tramitou na casa e foi considerado PREJUDICADO pelo plenário da Câmara dos Deputados na sessão do dia 13 de dezembro de 1989. O resultado da tramitação pode ser visto no link abaixo, da Câmara Federal: (www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=201454). Os deputados consideraram o projeto prejudicado pelo fato de já ter sido apresentado o PL 991/1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB). Ou seja, um ano antes de Serra já havia a proposta de criação do FAT.

Nem o FAT foi criado por Serra e nem o Seguro Desemprego “saiu do papel” por suas mãos, como afirma a sua propaganda. A campanha tucana sobre Serra ter criado o FAT e “vestir a camisa do trabalhador” está, portanto, toda ela baseada numa farsa e numa mentira.

Escrito por Sérgio Cruz/Hora do Povo