sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

No caminho

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa
casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da
garganta.
E já não podemos dizer nada.

Tres desafios do Movimento Sindical em 2010

Qui, 28 de Janeiro de 2010 21:13

Votar a agenda pendente no Governo Lula; eleger um aliado dos assalariados para sucessão presidencial; e também uma grande bancada de deputados e senadores compromissada com a classe trabalhadora

O movimento sindical terá três grandes desafios em 2010, que irão exigir unidade política e de ação.

O primeiro será votar a agenda pendente no Governo Lula. O segundo está relacionado à eleição de um aliado dos assalariados para a sucessão presidencial. O terceiro será eleger uma grande bancada de deputados e senadores compromissada com a classe trabalhadora.

O primeiro desafio, que também é o mais urgente, consistirá em criar as condições para a votação conclusiva de cinco pontos da agenda sindical até julho, período útil de atuação do Congresso neste ano eleitoral, para que sejam transformados em lei ainda durante o Governo Lula.

Os projetos tratam da regulamentação da terceirização, que será enviado ao Congresso entre fevereiro e março; da estabilidade do dirigente sindical, já aprovado no Senado e sob exame da Câmara; da redução da jornada, que aguarda inclusão em pauta para votação no plenário da Câmara; do custeio das entidades sindicais, mediante a contribuição assistencial também já aprovado no Senado e aguardando manifestação da Câmara; e do fim ou da flexibilização do fator previdenciário, em debate na Câmara.

A urgência da votação dessas matérias se justifica pelo fato que o futuro presidente - seja ele ou ela quem for - não terá o mesmo conhecimento e sensibilidade do presidente Lula com o movimento sindical e os trabalhadores.

Além disso, as condições serão favoráveis, tanto do ponto de vista político, pela unidade das centrais e o apoio do Governo, quanto sob a ótica econômica, já que o País terá um crescimento superior a 5% este ano.

O segundo desafio, o mais estratégico de todos, será apoiar e contribuir para eleger para a Presidência da República alguém identificado com as bandeiras dos trabalhadores, a partir do compromisso com uma plataforma comum do movimento, já que dificilmente terá alguém oriundo do movimento sindical com chances de eleição e com o mesmo nível de comprometimento do presidente Lula.

Pelo fato de ser a candidata de Lula e representar a continuidade da linha programática do Governo, a ministra Dilma tende a ser o nome natural, embora o movimento sindical saiba que num eventual Governo dela não terá o mesmo nível de interlocução e prestígio que possui com o atual presidente da República.

O terceiro desafio, extremamente importante, é eleger aliados dos trabalhadores para a Câmara e o Senado, seja para apoiar as propostas de um eventual Governo identificado com a pauta dos trabalhadores, seja para fazer oposição quantitativa e qualitativa a um eventual presidente refratário à agenda trabalhista e sindical.

A presença de sindicalistas no Congresso, tanto na Câmara quanto no Senado, vem diminuindo nas últimas eleições.

A sorte dos trabalhadores é que durante os governos Lula, especialmente nesta última legislatura, contou com lideranças comprometidas e de expressão no exercício do mandato parlamentar, como o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT/SP) e o senador Paulo Paim (PT/RS), para liderar a resistências às investidas neoliberais da bancada empresarial.

Os desafios, portanto, são múltiplos e complexos. Transformá-los em realidade exigirá muita mobilização e unidade das lideranças sindicais, especialmente das centrais sindicais.

A oportunidade é agora.

A Diretoria

(*) Boletim do DIAP, ano XVI, nº 234, janeiro de 2010

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O que você não ouve sobre o Haiti, mas deveria


Por Carl Lindskoog

Nas horas seguintes ao terremoto que devastou o Haiti, CNN, New York Times e outras importantes agências de notícias adotaram a mesma interpretação para a grave destruição: o terremoto de 7 graus foi tão devastador porque atingiu uma zona urbana extremamente povoada e pobre. Casas “construídas umas em cima de outras” e feitas pelo próprio povo pobre fizeram da cidade um local frágil.

Por Carl Lindskoog*, em Opera Mundi
Os muitos anos de subdesenvolvimento e caos político do país fizeram com que o governo haitiano estivesse mal preparado para responder a um desastre desse tipo. É verdade. Mas essa não é toda a história. O que falta é uma explicação do motivo de existirem tantos haitianos vivendo dentro e nos arredores de Porto Príncipe e de tantos deles serem forçados a sobreviver com tão pouco.

Na verdade, até quando uma explicação é dada, muitas vezes é escandalosamente falsa, como o depoimento de um ex-diplomata norte-americano à CNN dizendo que a superpopulação de Porto Príncipe estava prevista pelo fato de que haitianos, como a maioria no Terceiro Mundo, não sabem nada sobre controle de natalidade.

Pode assustar os norte-americanos, famintos por notícias, saber que essas condições que a mídia atribui corretamente ao aumento do impacto deste tremendo desastre foi em grande parte produto da política de Washington e seu modelo de desenvolvimento.

De 1957 a 1971, os haitianos viviam sob à sombra escura de "Papa Doc" Duvalier, um ditador cruel que tinha apoio dos EUA porque era visto pelos norte-americanos como um anti-comunista confiável. Depois de sua morte, o filho de Duvalier, Jean-Claude "Baby Doc", tornou-se presidente vitalício aos 19 anos de idade e governou o Haiti até que finalmente foi derrubado em 1986. Foi nas décadas de 1970 e 1980 que Baby Doc, o governo dos EUA e a comunidade empresarial trabalharam juntos para colocar o Haiti e a capital do país nos trilhos.

Depois da posse de Baby Doc, planejadores norte-americanos dentro e fora do governo iniciaram seus planos de transformar o Haiti na “Taiwan do Caribe”. Este pequeno e pobre país situado convenientemente perto dos EUA foi instruído a abandonar o passado agrícola e a desenvolver um forte setor industrial de exportação orientada. Ao presidente e seus aliados, foi dito que este era o caminho para a modernização e o desenvolvimento econômico.

Planos da Usaid

Do ponto de vista do Banco Mundial e da Agência para Desenvolvimento Internacional dos EUA (Usaid), o Haiti era um candidato perfeito para uma reforma neoliberal. A pobreza enraizada do povo haitiano poderia ser usada para forçá-lo a trabalhar por baixos salários costurando bolas de beisebol e montando outros produtos.

Mas a Usaid também tinha planos para a zona rural. Não eram somente as cidades que se tornariam bases de exportação, mas também o campo, com a agricultura haitiana reformulada com as linhas de exportação orientada e produção baseada no mercado. Para realizar isso, a Usaid, ao lado de industriais urbanos e grandes proprietários, trabalhou para criar instalações de agroprocessamento, mesmo enquanto eles aumentavam a prática de dumping para produtos agrícolas excedentes dos Estados Unidos ao povo haitiano.

Essa “ajuda” dos norte-americanos, juntamente com mudanças estruturais no campo de maneira previsível, forçaram os camponeses haitianos que não poderiam sobreviver ali a migrar para as cidades, especialmente para Porto Príncipe, onde os novos trabalhos na indústria supostamente estariam. No entanto, quando eles chegaram lá, não encontraram emprego suficiente para todos na indústria. A cidade ficou cada vez mais lotada. As favelas se expandiram. E para satisfazer a necessidade de habitação de camponeses desalojados, casas foram sendo erguidas rapidamente e a um preço mais baixo, algumas vezes “umas em cima das outras”.

Muito tempo atrás, porém, planejadores norte-americanos e elites haitianas decidiram que talvez seu modelo de desenvolvimento não funcionaria tão bem no Haiti, e o abandonaram. No entanto, as consequências dessas mudanças lideradas pelos norte-americanos continuam.

Na tarde e noite de 12 de janeiro de 2010, quando o Haiti vivenciou o terrível terremoto, depois do abalo não havia dúvidas que a destruição foi profundamente agravada pela real superpopulação e pobreza de Porto Príncipe e arredores. Mas os norte-americanos chocados podem fazer mais que balançar a cabeça e, com piedade, fazer uma doação. Eles podem confrontar a responsabilidade do seu próprio país pelas condições de Porto Príncipe que aumentaram o impacto do terremoto, e admitir o papel dos EUA de impedir o Haiti de alcançar um desenvolvimento significativo.

Aceitar a história incompleta do Haiti oferecida pela CNN e pelo The New York Times é culpar os haitianos por terem sido vítimas de um esquema que não foi criado por eles. Como John Milton escreveu, “eles, que tiraram os olhos das pessoas, são aqueles que as reprovam por sua cegueira”.

* Carl Lindskoog é ativista da cidade de Nova York e historiador doutorando da City University of New York. Artigo originalmente publicado no site Common Dreams.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Desde quando PSDB é de esquerda?

Transformismo ideológico: desde quando o PSDB é de esquerda?
O PSDB anda se proclamando “de esquerda” e é preciso desmontar essa empulhação. Esquerda não pode ser privatizante e o PSDB é; esquerda não pode dizer que programas sociais são “esmola” e o PSDB diz; esquerda não pode defender “Estado mínimo” e o PSDB defende.

Por Eduardo Guimarães, no blog Cidadania.com
Claro que os tucanos negam tudo isso. No Brasil, sobretudo depois de Lula, ninguém quer ser de direita. Contudo, os milhares de textos que simpatizantes e militantes tucanos escreveram nos últimos sete anos provam o contrário. Está tudo escrito e será apresentado como prova do transformismo ideológico desse pessoal.

A eleição deste ano, pois, deveria ser uma barbada para Dilma Rousseff em razão dos resultados que o país vem colhendo de políticas diametralmente diferentes das pregadas pelo PSDB, mas não será. E uma boa indicação disso é o que está acontecendo no processo sucessório no Chile.

Michele Bachelet, presidente chilena, tem uma aprovação tão alta quanto a de Lula e, ainda assim, seu candidato, apesar de chegar à eleição deste domingo tecnicamente empatado com o candidato da assustadora direita chilena, corre o risco de perder uma eleição que deveria estar ganha.

Como escrevo antes de ser conhecido o resultado da eleição no Chile, é até possível que o ex-presidente Eduardo Frei, candidato de Bachelet, vença. Contudo, ao se dar crédito às pesquisas de intenção de voto, seria uma vitória por margem extremamente apertada.

Para entender o que acontece naquele país e que a direita brasileira acha que poderá acontecer por aqui, basta lançar um olhar sobre os erros cometidos pela Concertação (aliança de centro-esquerda que governa o Chile desde que Pinochet largou o osso) diante da tática da direita de negar ser o que é exatamente como os tucanos estão fazendo.

No primeiro turno chileno, a esquerda se dividiu graças a um candidato que se diz “de esquerda”, Marco Enríquez Ominami. Foi ele quem mais colaborou para o fortalecimento da candidatura de Sebastián Piñera, apoiado pela ultradireita pinochetista.

Ominami teve nada mais, nada menos do que 20% dos votos no primeiro turno da eleição chilena, no mês passado. Se tivesse apoiado Frei, a eleição teria sido liquidada em primeiro turno e teria sido eliminado o risco de volta dos seguidores póstumos de Pinochet.

Em vez disso, vejam a declaração que o tal candidato “de esquerda” acaba de dar lá no Chile depois de votar: “Continuo acreditando que os dois candidatos representam o passado. Não vou negociar nada, não participarei de nenhum governo, serei opositor de ambos”.

Os eleitores de Ominami, contudo, não pensam como ele. Frei passou de 36% no primeiro turno para 49% nas pesquisas para o segundo, ou seja, a maioria de seus eleitores não quer a volta dos pinochetistas ao poder.

Aqui no Brasil, acontece a mesma coisa. Políticos que se dizem de “esquerda” estão trabalhando pela candidatura Serra ao dizerem que Lula é “de direita”.

Ao agirem assim, esses que se dizem “de esquerda” apoiam, indiretamente, um político ligado a gente que quer entregar o Pré Sal a empresas petrolíferas estrangeiras, que prega “Estado mínimo”, que quer novas privatizações, que chama programas sociais de “esmola”, que queria que o governo cortasse gastos para combater a crise etc.

Tanto no Chile quanto no Brasil, portanto, esquerda e direita estão muito bem definidas. Ser de esquerda é acreditar que um país como este precisa de um Bolsa Família e de um Estado forte e é repudiar o apoio de gente que cultua a memória e os métodos de um dos maiores assassinos que o mundo já conheceu.

Nesse aspecto, o discurso de Lula e de Dilma procura marcar diferença em relação a Serra ao martelar que o Estado precisa ser o promotor do desenvolvimento e o regulador das tensões sociais.

Mas é pouco, penso eu. É preciso desmascarar essa tentativa dos tucanos e de seu candidato de ludibriarem a sociedade dizendo-se “de esquerda”. A diferença entre as propostas do PSDB e do PT é flagrante.

Acho, inclusive, que, conforme a eleição for ficando mais dura para Serra, ele poderá adotar o discurso de Lula sobre o papel do Estado, sobre os programas sociais, etc. Por isso, a melhor vacina contra a empulhação tucana será resgatar seus discursos nestes anos todos.

Aliás, essas pessoas que vivem chamando o Bolsa Família de “esmola” precisam continuar escrevendo e falando. Eu mesmo darei a esse pessoal todo o espaço que quiser para recitar seus dogmas. Só pedirei que deixe bem claro em quem pretende votar.

sábado, 9 de janeiro de 2010

LULA, os caças, os chatos e as viúvas da Ditadura

08/01/2010 - 09:10 | Enviado por: Andre Balocco
Esta cantilena sobre a compra dos caças para a Força Aérea Brasileira tem cheiro de viúva - viúva dos milicos que comandaram este país com mão de ferro e que, se por um lado, nos levaram ao desenvolvimento industrial, por outro nos submeteram à humilhação da opinião única, da tortura e da insensatez. O comandante em chefe das Forças Armadas, o general mais importante, o brigadeiro que manda, o almirante que realmente dá ordens, neste país, segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, se chama, neste momento, Luiz Inácio Lula da Silva. E ponto final. Não me venham os senhores militares, a quem gosto de respeitar por demais, nacionalista que sou, tentarem constranger o 'sapo barbudo'. Aliás, será que vocês ainda acreditam nesta história de que o Lula é um sapo barbudo que se engole e se expele na hora certa? Era só o que me faltava...Quanto atraso!

Andei lendo o que colegas escreveram sobre os caças e não tenho a menor dúvida: a escolha política é a mais correta. Temos de nos aliançar com aqueles que nos aceitam como somos, que aceitam nossos desejos naturais de exercer um papel preponderante neste mundo insano. E a França é um destes parceiros. Estes tais caças suecos, pelo o que tive a oportunidade de ler, sequer fazem parte das Forças Armadas de lá. Também, estes caças não existem, eles ainda estão no papel! Já os Raffale estão prontinhos para seguirem aos trópicos. E mais: no pacote de compra dos Raffale, capazes de realizar missões de ataque, defesa e monitoramente do espaço aéreo, está incluído o armamento. Mais ainda: defesa de espaço aéreo não é motivo de barganha econômica. Não me venham com esta historinha pra boi dormir de que "é um absurdo o país gastar milhões de reais a mais blá-blá-blá".

Senhores militares da Força Aérea Brasileira. Honrem os pracinhas que foram à Itália, honrem o histórico da Força, honrem a importância da Força para o orgulho desta nação e parem de picuinhas baratas. Afinal, há anos vocês sonham com estes caças e agora que o governo do 'sapo' vai comprá-los, ficam com esta babaquice? Quem vazou este relatório para a imprensa quis simplesmente criar constrangimento ao comandante em chefe das Forças Aramadas, o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, este verdadeiro paraíba que manda em vocês, senhores doutores formados nas melhores escolas do país. Honrem o fato de pertencerem à elite brasileira e preparem-se para nos defender das agressões que, com certeza, virão por aí quando os chefes do planeta perceberem, ou melhor, se cansarem, de nos deixar buscarmos o papel de protagonista neste jogo.

É para isto que serve uma Força Aérea. Criar constrangimentos a seu comandante e bater pezinho que nem criança, esperneando à toa, fazendo manha, não é papel digno da FAB. Militar serve para defender o país e não para dar golpes de Estado. Este tempo já passou. Quem ainda pensa assim, que vista o pijama.

Como disse Cazuza, o tempo não pára.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Comparações evitadas pelo PSDB

A disputa eleitoral ganhará nova dimensão quando os tucanos escolherem o contendor de Dilma, que tudo indica será o governador de São Paulo, José Serra (PSDB).

Nas eleições de 2010 haverá duas novidades. A primeira é o fato de Lula não ser candidato. A segunda é que pela primeira vez haverá duas candidatas - Dilma e Marina.

Nessa edição do pleito presidencial mais uma vez tucanos e petistas polarizarão a disputa. Ainda que Ciro e Marina possam se apresentar para ocupar a cadeira do Palácio do Planalto, o jogo se concentrará entre a oposição demo-tucana capitaneada pelo PSDB, e os partidos aliados, tendo o PT à frente.

Dois projetos estarão em jogo. Um conservador e elitista que levou o Brasil à bancarrota. Outro mudancista, que permitiu ao País trilhar novos caminhos, com a inclusão de grande massa do povo no processo produtivo.

No debate será inevitável as comparações entre o atual governo e a era FHC. Mas será essa comparação que permitirá ao povo definir com mais clareza sua escolha. Se quer voltar ao passado ou se quer avançar rumo ao futuro.

Para ficar mais fácil fazer essa escolha, basta comparar alguns dados. Em vinte itens, veja a situação do Brasil antes, com FHC e depois, com Lula.

Nos tempos de FHC, o Risco Brasil estava em 2.700 pontos. Nos tempos de Lula, 200 pontos.

O salário mínimo quando Lula assumiu a Presidência da República, em 2003, estava em 64 dólares. Agora, está entre 290 e 300 dólares.

O dólar que valia R$ 3, agora vale R$ 1,78. FHC não pagou a dívida com o FMI. Lula pagou-a em dólar.

A indústria naval, tão importante para o desenvolvimento do País, FHC não mexeu. Lula reconstruiu.

FHC não construiu nenhuma nova universidade. Lula construiu dez novas universidades federais. Quanto às extensões universitárias, no governo do tucanato não houve nenhuma. No governo Lula foram 45.

As escolas técnicas foram esquecidas na era FHC. Ele não construiu uma sequer. Lula construiu 214.

No campo da economia, as reservas cambiais no governo FHC foram 185 bilhões de dólares negativos. No governo Lula, 239 bilhões de dólares positivos.

O crédito para o povo/PIB no governo tucano foi de apenas 14%. No governo Lula, com as políticas anticíclicas, alcançou 34%.

Em relação à infraestrutura, FHC não construiu nenhuma estrada de ferro. Pelo contrário, as privatizou. No governo Lula, três estão em andamento.

Quando Lula assumiu o governo, 90% das estradas rodoviárias estavam danificadas. Agora, 70% estão recuperadas.

No campo da indústria automobilística, na era FHC, 20% em baixa. Na era Lula, 30% em alta.

Nos oito anos em que FHC presidiu o País, houve quatro crises internacionais, que arrasaram o Brasil. Na era Lula, foi enfrentada uma grande crise, que o Brasil superou em razão das reservas acumuladas e das políticas anticíclicas empreendidas pelo governo.

O cambio no governo FH era fixo, e estourou o Tesouro Nacional. No governo Lula é flutuante, com ligeiras intervenções do Banco Central.

A taxa de juros Selic atingiu na era FHC incríveis 27%. No governo Lula chegou ao seu menor percentual desde quando foi criada, em 1983, 8,5%.

A mobilidade social no governo tucano foi de apenas 2 milhões de pessoas. No governo Lula, 23 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza.

FHC criou apenas 780 mil empregos em oito anos. Lula criou 12 milhões.

O governo tucano nada investiu em infraestrutura. Com o PAC Lula pretende investir R$ 504 bilhões até 2010.

Por fim, no mercado internacional, o Brasil, no governo FHC não teve crédito. No governo Lula, o País foi reconhecido como investment grade pelas três maiores agências de classificação de risco internacionais. Ou seja, deixamos de ser um país em que o capital externo só entrava para especular para ser um país de investimentos.

Estes dados não foram inventados por mim e nem governo. São da conceituada revista britânica The Economist.

Estas são as comparações que os tucanos querem evitar a todo custo na peleja de 2010.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Comissão Nacional da Verdade


Não consigo entender como o Ministro da Defesa vem em público defender a não criação da Comissão Nacional da Verdade. Esconder o passado sórdido de alguns militares que matavam, estrupavam os trabalhadores, trabalhadoras, lideranças de Igreja etc... é uma atitude muito covarde, ora, se tinham coragem para cometer todos estes crimes no passado, por que não assumi-los no presente.
Minha gente, nosso Brasil só está avançando porque estes bravos trabalhadores e trabalhadoras lutaram para prevalecer ou melhor voltar a Democracia. Sem o sangue destas pessoas corajosas nós estaríamos ainda hoje nas mãos destes militares. O povo precisa saber, o que foi a ditadura. Precisamos discutir amplamente em escolas; espaços públicos; no trabalho; na Comunicação em geral; enfim, vamos tornar publico esse assunto, para que os jovens de hoje conheçam um pouco dessa história suja que foi a Ditadura Militar no Brasil. Não sei agora, mas no meu tempo de ensino fundamental, pouco se falava sobre a história do Brasil, penso que os governantes da época, impediam o aprofundamento, pois, ficavam com medo da juventude conhece-la e se indignar com a mesma.
Acorda Brasil, a verdade liberta, queremos com toda a certeza conhecer esta realidade. Quem sabe desta forma não avançaríamos mais nas questões sociais e na política. Parabéns ao Presidente Luta que não está se intimidando com as ameaças de pedido de demissões por parte dos Generais da Forças Armadas.


Robson Marques

sábado, 2 de janeiro de 2010

ENCHENTE NO JARDIM ESPERANÇA / RETIRO

Ontem completou um ano da administração Custódio Matos, e até o momento não cumpriu nem 1% do que prometeu para o povo. Vamos falar especificamente da região sudeste de Juiz de Fora (Floresta, Jardim Esperança, Retiro, Caeté e outros). Na campanha mentirosa do Custódio do PSDB ele e seus cabos eleitorais distribuíram nestes bairros uma carta onde prometia inúmeras coisas.

Primeira Promessa - Limpeza e canalização do Córrego do Bairro Floresta até Retiro a fim de evitar enchentes. Na virada do ano este mesmo córrego inundou várias casas, derrubou pontes, trazendo enormes prejuízos para nós;

Segunda Promessa - Construção de um Colégio Estadual no Bairro Jardim Esperança e o retorno do Posto Policial - resultado até agora nem colégio e muito menos Posto Policial, o que estamos vendo é o aumento da violência nesta região e em toda Juiz de Fora;

Terceira Promessa - Construção de uma Praça de Esportes no Bairro Retiro- acredite quem quiser o Bairro Retiro é uns dos mais antigos desta região e não possui uma praça para as crianças praticarem esportes, quem deseja brincar tem que fazer no meio da rua ou ir até a praça do Bairro Jardim Esperança, expondo ao perigo do transito da BR 267;

Quarta Promessa - No Caeté ele falou que iria colocar água potável para os moradores sem cobrar nada e até agora... vocês sabem...

Perto da Escola Municipal Olinda de Paula Magalhães, um barranco caiu levando parte da pista, há mais de 5 anos e o nosso prefeito nada fez.

O Custódio e seus amigos só fez mentir, e na primeira oportunidade aumentou o valor da passagem e agora aumentou o IPTU em até 36%.

Neste ano temos eleições, Custódio e Rodrigo Matos vão aparecer em nossa comunidade com a maior cara de pau para depir nosso voto, aí é a hora de darmos uma lição nestes mentirosos.

Obs: Eu tenho a cópia desta carta que foi distribuída em nossa comunidade, onde consta estas e outras promessas.

Vamos virar esta mesa, nosso voto vale muito para ser confiado a qualquer um...

Abraços !

Neste ano será DIL+ !!!!

Robson Marques

Aos amigos sérios que trabalham para um Brasil cada vez melhor.


Saudações

Ensina a teu filho
FREI BETTO - Artigo - O Estado de S. Paulo

Ensina a teu filho que o Brasil tem jeito e que ele deve crescer feliz por ser brasileiro. Há neste país juízes justos, ainda que esta verdade soe como cacófato. Juízes que, como meu pai, nunca empregaram familiares, embora tivessem filhos advogados, jamais fizeram da função um meio de angariar mordomias e, isentos, deram ganho de causa também a pobres, contrariando patrões gananciosos ou empresas que se viram obrigadas a aprender que, para certos homens, a honra é inegociável.

Ensina a teu filho que neste país há políticos íntegros como Antônio Pinheiro, pai do jornalista Chico Pinheiro, que revelou na mídia seu contracheque de parlamentar e devolveu aos cofres públicos jetons de procedência duvidosa.

Saiba o teu filho que, no monolito preto do Banco Central, em Brasília, onde trabalham cerca de 3 mil pessoas, a maioria é honrada e, porque não é cega, indignada ante maracutaias de autoridades que deveriam primar pela ética no cargo que lhes foi confiado.

Ensina a teu filho que não ter talento esportivo ou rosto e corpo de modelo, e sentir-se feio diante dos padrões vigentes de beleza, não é motivo para ele perder a auto-estima. A felicidade não se compra nem é um troféu que se ganha vencendo a concorrência. Tece-se de valores e virtudes e desenha, em nossa existência, um sentido pelo qual vale a pena viver e morrer.

Ensina a teu filho que o Brasil possui dimensões continentais e as mais fertéis terras do planeta. Não se justifica, pois, tanta terra sem gente e tanta gente sem terra. Assim como a libertação dos escravos tardou, mas chegou, a reforma agrária haverá de se implantar. Tomara que regada com muito pouco sangue.

Saiba o teu filho que os sem-terra que ocupam áreas ociosas e prédios públicos são, hoje, chamados de "bandidos", como outrora a pecha caiu sobre Gandhi sentado nos trilhos das ferrovias inglesas e Luther King ocupando escolas vetadas aos negros.

Ensina a teu filho que pioneiros e profetas, de Jesus a Tiradentes, de Francisco de Assis a Nelson Mandela, são invariavelmente tratados, pela elite de seu tempo, como subversivos, malfeitores, visionários.

Ensina a teu filho que o Brasil é uma nação trabalhadora e criativa. Milhões de brasileiros levantam cedo todos os dias, comem aquém de suas necessidades e consomem a maior parcela de sua vida no trabalho, em troca de um salário que não lhes assegura sequer o acesso à casa própria. No entanto, essa gente é incapaz de furtar um lápis do escritório, um tijolo da obra, uma ferramenta da fábrica. Sente-se honrada por não descer ao ralo que nivela bandidos de colarinho branco com os pés-de-chinelo. É gente feita daquela matéria-prima dos lixeiros de Vitória que entregaram à polícia sacolas recheadas de dinheiro que assaltantes de banco haviam escondido numa caçamba.

Ensina teu filho a evitar a via preferencial dessa sociedade neoliberal que nos tenta incutir que ser consumidor é mais importante que ser cidadão, incensa quem esbanja fortuna e realça mais a estética que a ética.

Saiba o teu filho que o Brasil é a terra de índios que não se curvaram ao jugo português e de Zumbi, de Angelim e frei Caneca, de madre Joana Angélica e Anita Garibaldi, dom Hélder Câmara e Chico Mendes.

Ensina a teu filho que ele não precisa concordar com a desordem estabelecida e que será feliz se se unir àqueles que lutam por transformações sociais que tornem este país livre e justo. Então, ele transmitirá a teu neto o legado de tua sabedoria.

Ensina teu filho a votar com consciência e jamais ter nojo de política, pois quem age assim é governado por quem não tem e, se a maioria tiver a mesma reação, será o fim da democracia. Que o teu voto e o dele sejam em prol da justiça social e dos direitos dos brasileiros imerecidamente tão pobres e excluídos, por razões políticas, dos dons da vida.

Ensina a teu filho que a uma pessoa bastam o pão, o vinho e um grande amor. Cultiva nele os desejos do espírito. Saiba o teu filho escutar o silêncio, reverenciar as expressões de vida e deixar-se amar por Deus que o habita.


Abraços !


Robson Marques