terça-feira, 26 de julho de 2011

Reforma Tributária, é possível?

Robson Marques*

Todos os dias, logo pela manhã, somos bombardeados por praticamente todos os telejornais das principais emissoras de TV. Os “comentaristas econômicos”, fazem duras críticas aos altos impostos que vêm sendo praticados contra as empresas brasileiras, principalmente, quanto aos encargos salariais. Para ser mais direto, o salário pago hoje aos trabalhadores é considerado muito alto na visão dos patrões.

Bem, num país democrático como o nosso (democracia conquistada à custa de muito sangue), temos o direito de pensar e muito raramente expressamos estes pensamentos na mídia (quando assim permitem). É por este e outro motivo que sou a favor da regulamentação da mídia brasileira, mas não vou falar disso agora. Ao ler uma interessante reportagem sobre como se dá as relações trabalhistas na China de hoje, na Revista Brasil do mês de maio pag. 18-23, intitulada O Mito Chinês, pude observar ali um fato, que deve ser refletido por todos nós brasileiros, conscientes do nosso papel.

Como deveria ser a tão debatida reforma tributária brasileira?

Segundo a revista, aquele país continua sendo o país mais populoso do mundo, onde nos últimos sessenta anos a população economicamente ativa se manteve próxima dos 60% da população total, representando cerca de 830 milhões de trabalhadores, sendo aproximadamente 300 milhões de trabalhadores agrícolas.

Com a migração do interior para as grandes cidades, o povo chinês vem se moldando assim como os trabalhadores dos países capitalistas, onde eles largam a terra onde viviam da subsistência e arriscam sua sorte nas cidades, a fim de melhorar de vida. Esses trabalhadores hoje são um total de 200 milhões.

Com a abertura do mercado interno para os demais países do mundo, várias empresas estrangeiras foram para a China com o simples propósito de explorar a mão de obra abundante e barata, além de desejarem a matéria prima com pouquíssimo valor agregado, logo qualquer um é induzido a acreditar que lá o trabalho é “escravo”. A imprensa marrom e a burguesia brasileira também pensam desta maneira, (salário baixo é o ingrediente do crescimento econômico) e da redução dos produtos acabados.

Confesso que os salários mais baixos podem sim influenciar no preço do produto acabado, mas há outro fator que é de suma importância para a matemática do preço final de cada produto. Como falado anteriormente, a imprensa e as grandes empresas brasileiras estão afoitas pela reforma tributária, mas é preciso ter critérios sociais. Vejamos o exemplo da China, embora lá os salários sejam considerados baixos (hoje em média um trabalhador braçal recebe cerca de U$125.00 – cento e vinte cinco dólares), o poder aquisitivo deste salário é de 03 e 05 vezes maior que o salário mínimo no Brasil, é como se o nosso salário mínimo fosse de R$ 1635,00 a R$ 2725,00 nos dias atuais.

O que de fato acontece lá? Muito simples, os produtos de consumo final essenciais para a sobrevivência, sofrem uma pequena taxa de imposto.

Então chegamos onde eu queria. Pergunto agora para você, trabalhador, qual reforma tributária que o Brasil precisa? Reforma tributária para a redução do PIS e COFINS das grandes empresas, como os “comentaristas econômicos” do PIG (Partido da Imprensa Golpista) tanto falam, onde os únicos beneficiados são os donos do capital?

Não. A reforma tributária que o povo brasileiro deseja e precisa passa pelo aumento dos impostos sobre as grandes empresas e das grandes fortunas, pois, bem sabemos que boa parte dos trabalhadores são empregados das micro, pequenas e médias empresas.

Precisamos mandar um forte recado aos parlamentares que foram eleitos pelo o povo. Taxem os donos do capital e desonerem o trabalhador para que este continue a fazer este Brasil crescer.

O movimento Sindical Cutista defende a reforma onde as mercadorias de consumo sejam desoneradas, para que o custo de vida sofra uma considerável redução e o poder de compra dos trabalhadores aumente, garantindo uma vida com mais qualidade.

Isto para nós está muito claro, o que precisamos não é o que a Imprensa Burguesa tanto defende. Queremos justiça tributária, onde quem tem muito paga para aquele que tem pouco.

Este é o Brasil dos nossos sonhos! Lutaremos para um dia conquistá-lo!

*Robson Marques é presidente do Sintraf JF.

Guerreiras de ontem, hoje e sempre

Guerreiras de ontem, hoje e sempre

Há 154 anos na cidade de nova Iorque, nos Estados Unidos da América 129 operárias lutaram bravamente por ampliação de seus direitos, porém com sua rispidez característica a policia entrou em ação e como resultado todas foram queimadas covardemente dentro de seu local de trabalho. Entre suas reivindicações estavam a redução da carga horária de 14 para 10 horas diárias de trabalho e também o direito à licença-maternidade.
Esta data é mais que comemorativa, representa um marco histórico onde estas bravas mulheres deram uma lição de moral em toda a sociedade, lutaram até perderem suas vidas em defesa de seus direitos, mas fizeram história e não perderam a dignidade e são lembradas até hoje.

O dia 8 de março serve também para refletirmos o quanto ainda é preciso avançar na defesa dos direitos das mulheres, já que muitas ainda são mortas graças ao machismo impregnado na maioria da sociedade.

Recentemente foi sancionada pelo ex-presidente Lula uma lei conhecida como “Lei Maria da Penha” onde o agressor é punido severamente quanto pratica ação de violência contra a mulher, mas ainda é preciso uma conscientização da sociedade para que o respeito e a valorização do ser mulher seja pleno.

No fim do século dezenove, na Inglaterra, as mulheres ainda eram consideradas “seres” para exercer a função de fêmeas, onde o embelezamento e o cuidado com a família eram suas principais funções, hoje no Brasil temos a primeira mulher assumido o cargo de Presidenta, demonstrando que são capazes e dignas de assumirem posição de destaque aqui e no mundo.

Em nosso local de trabalho ainda se faz necessário muitas batalhas para que as mulheres possam alcançar um lugar de destaque. Nossa ultima campanha salarial onde o tema “Outro banco é preciso com pessoas em primeiro lugar” mandou um recado direto aos “donos do capital” que a Contraf/Cut, Sintraf/JF e seus outros sindicados filiados defendem a questão da inclusão social o respeito as adversidades e a valorização das mulheres em seu local de trabalho.

O caminho pelo reconhecimento, a busca de respeito à sua dignidade pessoal, social e profissional não é e nunca foi fácil, porém é preciso percorrê-lo. E nós do Sintraf-JF estamos dispostos a cumprir este desafio, em benefício de cada uma de vocês: mulheres guerreiras de ontem, hoje e sempre.